sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sobre ouvir o coração

imagem do google
O texto de hoje estava bem elaborado na cabeça. Era esperar a cria dormir, sentar e escrever. Mas tinha um círculo no meio do caminho. Um círculo de mulheres incríveis partilhando vida, trocando saberes.

Em círculo o coração fala mais alto. Ou talvez o ouvido atento a partilha da irmã, esteja mais atento a nossa própria voz interior. Aos nossos desejos mais verdadeiros. A nossa intuição.

Eu saí de lá me sentindo em débito com o texto de ontem. Sai de lá sentido falta de mais coração, de mais verdade. Sai de lá com necessidade de escrever o que eu queria ter escrito e não escrevi.

Não escrevi porque tenho certo receio de ser julgada. Porque tenho certo receio de ser mal interpretada. Porque é difícil para mim compreender que  ser grata a uma  pessoa por algum bem que ela nos fez é sim compatível com não concordar com outras atitudes dela em outros momentos. Não escrevi porque aprendi que a gente ama, ou odeia e pronto!  Sem perdão. Sem meio termo. Sem capacidade de reconhecer a multiplicidade de desenrolares de cada ato.

Escrevo  cada um desses textos como desejo de me encontrar, de descobrir possíveis novos caminhos a trilhar. De me conectar e reconhecer para onde devo direcionar minha energia, minha potência de vida. Escrevo como exercício de cura. E um exercício de cura não permite meias palavras, sentimentos incompletos, nem o uso de máscaras. Um exercício assim exige verdade, transparência, fidelidade à voz que vem do coração.


Assim, retomo o dito ontem e afirmo que, apesar de discordar e não compreender, ainda,  muitas atitudes do pai do Estevan, eu sou muito grata a ele pela vida do Estevan. E eu tenho uma memória muito linda da forma como nos conhecemos. E eu quero preservar essa memória, porque esse cruzar de histórias, minha e dele, é um pedaço, o início da história do Estevan nessa passagem pela Terra.

10 comentários:

  1. Espero um dia conseguir chegar onde vc está...já senti gratidão, mas nesse momento, só me sinto só...é sofrido...mas, necessário. Bjus amiga!#Seguimos! #BelaPartilha! <3

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    1. Bina! ❤ Um abraço.
      É solitário. E acho que é pra maioria das pessoas. Das que tem e das que não tem gente pai do lado. Porque estar ao lado pode ser bem diferente de ser presença. Mas acho que a gente deve sentir o que ta sentindo mesmo. Sem disfarçar. Mas visualizar o que quer sentir depois. Pra pro sentimento ruim diminuir. É uma questão de tempo e também de escolha e disponibilidade para superar.

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  2. Ouvir o coração sempre é bom, sentir medo faz parte, mas olhe para dentro de você. Esse blog é para falar do teu filho, não do pai dele. Siga em frente sem expor ninguém ao ridículo, exponha só você.

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    1. Grata pela contribuição. Terei sempre o cuidado de não expor ninguém ao ridículo. Essa não é minha intenção.
      Se te sentires ofendidx com alguma coisa pode entrar em contato, aqui pelos comentários ou por email (vafaren@yahoo.com.br).
      No mais fique tranquilo. Os envolvidos estão autorizados a reclamar caso se sentirem ofendidos, mesmo sabendo que, em momento algum, tenho essa intenção.
      Abraços.

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    2. Vi minha mãe nas tuas palavras. Mexeu comigo. Continue partilhando sentimentos, talvez um dia eu consiga fazer o mesmo. O mundo precisa de mais amor....

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    3. Vi minha mãe nas tuas palavras. Mexeu comigo. Continue partilhando sentimentos, talvez um dia eu consiga fazer o mesmo. O mundo precisa de mais amor....

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    4. Está sendo muito bom saber que tem muita história se cruzando, se encontrando na partilha de sentimentos!

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    5. Escreva Luft! É libertador!

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  3. É de uma total deselegância da sua parte utilizar-se do nome do seu filho para expor sentimentos ainda existentes pelo pai e ainda muito pior, expor terceiros que nada tem a ver com a união e/ou separação de vocês. Aceitar as vezes dói menos.

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  4. Oi Rita.
    Sabe que por muito tempo eu sofri com a separação. Mas com o tempo eu entendi que ela não foi culpa de uma ou outra pessoa. Entendi que foi processo vivido. Vida que flui. Vida que segue. Pronto. E hoje eu consigo tranquilamente escrever sobre isso porque consegui superar. E consegui separar.Porque consegui aprender com isso.

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Que sensação minha partilha causa em você?