quinta-feira, 26 de maio de 2016

Um texto por dia

Menino que nasceu no último texto completou 2 anos na segunda-feira. Reunimos os parentes e algumas amigas que acompanham mais de perto a vida do Estevan para um almoço. Isso consumiu energia, mudou o foco das atenções, cansou o corpo, por isso também, fiquei uns dias ausentes da escrita.

E digo também, porque escrever sobre o nascimento do Estevan ainda mexe bastante comigo. Com questões ainda não respondidas, feridas ainda não curadas. Estevan nasceu em 23 de maio de 2014, às 18h55min. Eu? Eu venho nascendo, renascendo, descobrindo e redescobrindo desde lá. Muitas partilhas e muitas descobertas ainda acontecerão nas próximas páginas, nos próximos caracteres.

A ideia inicial era um texto por dia, desde o dia 01 de maio até o dia 23 do mesmo mês. E, então, decidir o que fazer com o blog e aspirar novas pequenas ações para a vida. Eu não consegui um texto por dia. Tem dias que menino mama mais, quer mais colo, mais atenção, mais presença. O corpo de mãe relaxa e aquece ao lado do corpo de filho, a gente sente o friozinho que passeia do lado de fora das cobertas, sente o sono se chegando e não encontra coragem de levantar, os olhos se fecham aos pouquinhos e quando a gente vê já é a próxima mamada da madrugada.

Aprendi, com isso,  que ainda não é momento de assumir mais um compromisso diário, mas é sim possível ampliar o horizonte dos fazeres. Escrever um ou dois textos por semana é possível, é terapêutico também. Me dá tempo de deixar passar pelo corpo as sensações e reorganizar o que provocam em mim, o que dizem, ou me ensinam.

Tenho vontade de escrever sobre as escolhas que fiz nesses dois anos do Estevan, sobre a mudança de vida, de estilo de vida. Sobre o olhar para a maternidade antes da gestação e a brusca mudança de discurso, que começou já na gestação.


Criança não tem querer. Deixar chorar. Falta de laço. Algumas coisas amaciadas pela pedagogia, outras ainda duras, que possivelmente diz muito da minha infância e que se transformam, se transformam em olhar atento. Em respeito. Em maternidade consciente. Criação com apego. Disciplina positiva. Todas essas coisas em processo de aprendizagem, mas que quero registar em palavra escrita, para ser história de vida de mãe, para ser história de vida de filho, para que não se perca da memória. 

No próximo texto, os primeiros dias de vida do menino e as dores de ferida difícil de cicatrizar. 

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