Segundo
texto e eu vou escrever fora do prazo. Não digo isso
porque ao postar terá passado da meia noite. Digo isso porque vou escrever
sobre antes de estar grávida. Sobre o desejo de ser mãe.
Toda mulher sonha em
ser mãe. Toda mulher nasceu para ser mãe. Uma mulher só se torna mulher de
verdade quando se torna mãe.
Mentira! Mentira!
Mentira!
Eu nunca tive desses
sonhos: Casa, filho, gato, cachorro, marido. Como pode né, viver assim sem
esses planos? Pode! Pode sim! Eu era assim. Sem esses planos de procriar e ser
feliz.
Mulheres não nascem
para ser mãe. Mulheres nascem para ser o que quiserem.
E por mais que,
hoje, eu saiba o quanto a maternidade pode despertar o que há de mais incrível
dentro da gente, ela é uma das formas de amor, autoconhecimento e cura que
podemos viver e não a única forma de ser "mulher de verdade".
Eu não queria ter
filhos. "Não dou conta de cuidar nem de mim, como vou cuidar de outra
pessoa?".
"Não, eu nunca
vou me organizar para ter um filho, se tiver será por acaso." Percebem? O
discurso foi mudando. A intenção continuava a mesma: Não ter filhos! Mas,
sabemos todos que quem está na chuva, está sujeito a se molhar.
Vida lá,
acontecendo. Casa/cortiço/república. Eu costumava dizer que era casa de
passagem, havendo vagas sempre se acolhia mais um morador. E, eis que a casa
engravidou! Sim! A casa! Engravidou! Uma grávida na casa, a casa engravida.
Colega de apartamento grávida. Namorado morando longe. Dúvidas, barriga
crescendo. Fiquei grávida junto. Pesquisei sobre alimentação, fraldas, parto. O
cardápio da casa mudou. As fumadas na sacada diminuíram. Por mais que eu
continuasse da rua, cuidei para estar mais tempo em casa.
Eu não sabia qual
seria a decisão da menina, sobre ir ou ficar, mas estava disposta a mudar muito
a minha vida para acolher a vida nova que crescia na barriga dela.
"Nossa, que
vontade de atacar um homem na rua, fazer um filho e mandar embora". Foi o
que falei para minha colega, nesse processo de engravidamento por osmose, numa
manhã qualquer, chegando no trabalho. E hoje, quando repito essa frase, borbulha
no meu útero a força que ela teve naquele momento. Escorre uma lágrima de gratidão no canto do
olho pela Eveline, por ter aberto as portas da minha alma para maternidade.
Na época foi uma
frase solta. Um desejo passageiro. Logo a menina, que aos poucos se tornava
mãe, decidiu por ir. Era o último dia do mês de agosto ou primeiro dia do mês
de setembro, do ano de 2013.
A casa ficou vazia.
Um buraco no coração. Foi bom ver ela se decidir. Ver ela partir. Mas foi
triste, ao mesmo tempo.
Uma semana depois um
encontro entre um óvulo , meu óvulo, e um espermatozoide vem mudar radicalmente
a minha vida. E a primeira coisa que a gestação me ensinou: Não opine sobre
aquilo que tu não sabes. Ou tenha empatia o bastante para te colocar no lugar
do outro, ou tenha vivido algo parecido, ou não fale nada.
Raaaaa!!!!! Amei isso de nao falar nada. Aconteceu comigo algo muito parrcido. Vc sabe que nossas vidas trilham sempre por esses encontros fortuitos... Mesmo sendo de um ovulo com um espermatoziode. A minha ayla tb aconteceu assim. A minha maternidade tb me escolheu. Obrigada pir esse blog/força/potência! !!!
ResponderExcluirManaaaa. Obrigada pelo comentário. É tão rico reconhecer esses encontros da vida!
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